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Polônia: uma potência na educação

Escola na Polônia: país se tornou uma potência na educação
27 dez

Polônia: uma potência na educação

Nas últimas décadas, principalmente nos últimos anos, é notório um fato: a Polônia se transformou em uma verdadeira potência mundial na educação.

Essa evolução ocorreu principalmente nos últimos 20 anos.

Vale ressaltar que entre os países conhecidos como potências do ramo educacional, como Finlândia, Cingapura, Canadá e Coreia do Sul, a Polônia já está merecendo um lugar de destaque. Isso torna o país, principalmente aos mais jovens, extremamente atrativo.

Se este é o seu caso, e você está pensando em tirar a sua dupla cidadania polonesa, não hesite em consultar a DocMundo, especialista neste assunto.

Este status da evolução da Polônia na educação, diga-se, ocorre com frequência e velocidade que são absolutamente surpreendentes!

Em um estudo realizado há cerca de 2 anos, dentro de um exame internacional que avaliou cerca de 600 mil estudantes, na faixa etária de 15 anos, em 79 países, o Brasil entre eles, a Polônia ficou entre os dez melhores colocados no mundo inteiro nos exames de leitura, matemática e ciências.

Para efeitos de comparação, os estudantes poloneses fizeram, em média, simplesmente quase 100 pontos a mais do que os brasileiros em leitura: 512 contra 413.

E ficaram 129 pontos à frente dos nossos alunos no exame de matemática.

A prova, aplicada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), tem como objetivo medir a habilidade de alunos globais em compreender textos, captar informações-chave, compreender e aplicar conceitos matemáticos e científicos em seu dia a dia.

É fato que o sucesso polonês — cujas pontuações superam, até mesmo, as médias da própria OCDE — chama a atenção por ocorrer em um país que, até pouco tempo, poucas décadas atrás, era inexpressivo no setor da educação.

E que tem um passado recente de destruição e pobreza, conforme veremos a seguir.

Mortes e destruição na guerra: um país devastado

Escola em Cracóvia, na Polônia: país foi devastado pela guerra e hoje é uma potência na educação
Escola em Cracóvia, na Polônia: país foi devastado pela guerra e hoje é uma potência na educação

Ao final da Segunda Guerra Mundial, quando a Polônia passou da ocupação nazista para a esfera comunista do Leste Europeu, estima-se que o saldo de poloneses mortos no conflito tenha superado 6 milhões de pessoas.

Algumas das principais cidades da Polônia, como Varsóvia, Wróclaw e Gdansk estavam, literalmente, em ruínas.

Nos duros anos pós-comunismo, a situação do país não era nada confortável, tanto social, como economicamente falando.

No final da década de 80, por exemplo, o país enfrentava muita pobreza, com a hiperinflação entrando em cena.

Simplesmente, as prateleiras dos supermercados ficaram vazias, e as mães não conseguiam sequer encontrar leite para os seus filhos.

A educação na Polônia, nesta época, estava um desastre: apenas metade dos adultos de áreas rurais do país tinha finalizado o ensino fundamental.

Mesmo em tempos mais recentes, em 2010, por exemplo, quando a Polônia ingressou na União Europeia e depois de realizar reformas que promoveram o livre mercado no país, ao menos uma, em cada seis crianças polonesas, vivia na pobreza.

Em um levantamento realizado pelas Nações Unidas a respeito do bem-estar material infantil, a Polônia ocupava as últimas colocações entre os países do mundo desenvolvido.

Contudo, nesta fase, a nação polonesa passava por intensas reformas, às quais muitos analistas atribuem as altas taxas de crescimento econômico que continuam até os nossos dias, embora estejam lado a lado com desafios políticos.

Uma dessas intensas reformas aconteceu na área da educação, tornando o país extremamente atrativo para moradores estrangeiros.

A valorização de professores, autonomia e terapia de choque

Professora mostra livro para estudantes em escola da Polônia: professores ganharam forte valorização
Professora mostra livro para estudantes em escola da Polônia: professores ganharam forte valorização

Essa transformação, ocorrida em 1999, é descrita pelos especialistas como um tipo de de “terapia de choque”.

Ao longo de um ano, a Polônia estipulou um currículo escolar bem mais severo, mas com menos temas a serem tratados.

Da mesma forma, as escolas obtiveram maior autonomia para decidir pelos livros didáticos entre variadas opções pré-aprovadas de didática e conteúdo a ser exposto.

Este recém-criado programa proporcionava os objetivos fundamentais, mas deixaria os pormenores para a escola.

De forma paralela, o governo solicitaria que 25% dos professores voltasse a estudar na faculdade para aperfeiçoar sua própria formação.

Isso obrigou com que fosse feito um grande investimento nos acadêmicos, tanto na área da capacitação, como também na de remuneração e bonificação.

E, do mesmo modo, também nas avaliações, que permitissem determinar o desempenho ao final de cada etapa e diferenciar quais eram os alunos, as escolas e os professores que precisavam de maior auxílio governamental.

Deste jeito, esse fato mostrava que os acadêmicos não eram mais trabalhadores de nível inferior.

Sobre as avaliações, a ideia, neste novo sistema, era não apenas fazer os alunos acertarem as alternativas corretas, mas sim fazer com que raciocinassem de forma estratégica.

O objetivo final era saber como eles entendiam os problemas. E isso foi alcançado!

Evolução na educação com a construção de 4 mil escolas

Escola na Polônia: 4 mil escolas foram construídas para que estudantes pudessem ficar mais tempo no ensino
Escola na Polônia: 4 mil escolas foram construídas para que estudantes pudessem ficar mais tempo no ensino

Antes da importante reformulação, quando os alunos poloneses completavam 15 anos de idade, em equivalência ao nosso primeiro ano do ensino médio, os alunos poloneses eram encaminhados, de acordo com o seu desempenho, para cursos profissionalizantes/técnicos ou para o ensino regular/acadêmico.

Com a reforma, esta segmentação foi adiada em um ano.

Isso é: os estudantes passaram a ter um ano a mais de estudos na escola tradicional e só a deixavam quando completassem 16 anos de idade.

Para se ter uma ideia da seriedade do projeto educativo, só para se acomodar esses 12 meses extras, foi preciso construir, de forma ágil, 4 mil escolas a mais em todo o país.

O sistema exigia mais responsabilização por resultados.

Porém, ao mesmo tempo, concedia mais autonomia dos métodos.

A mesma dinâmica podia ser vista em todos as nações que haviam melhorado de maneira perceptível seus resultados na área da educação, incluindo a Finlândia.

Mesmo antes da reforma, por estar vinculada a União Soviética, por conta do comunismo, a Polônia conseguiu fazer com que todas as crianças, em idade escolar, estivem estudando.

Ou seja, todos os países que apoiavam o sistema soviético ou estavam, de alguma forma, envolvidos com ele, universalizaram o acesso à educação.

A mesma podia até ter uma série de problemas, mas não deixava as crianças fora da escola.

Sendo assim, manter os alunos um ano a mais no ensino tradicional, entre os 15 e 16 anos de idade, foi um dos tópicos mais significativos da reforma de ensino polonesa.

Os números comprovam: esses estudantes (que antes teriam sido transferidos para escolas técnicas) fizeram, na avaliação geral, em 2000, mais de 100 pontos a mais do que seus colegas que, àquela altura, já haviam sido transferidos.

O sistema de avaliação Pisa

Estudantes posam para foto dentro de uma escola: Polônia se tornou uma potência na educação
Estudantes posam para foto dentro de uma escola: Polônia se tornou uma potência na educação

A ideia era não apenas fazer os alunos acertarem as alternativas corretas, mas fazer com que pensassem estrategicamente.

A “suspeita” dos especialistas de ensino é de que, ao serem enviados para cursos técnicos, com base em suas notas, os alunos acabavam perdendo a sua motivação, e seu aprendizado acabava caindo.

Como qualquer outra avaliação existente, o Pisa não é uma medição perfeita. Ele somente avalia apenas algumas habilidades dentro de um determinado recorte.

No entanto, para a Polônia, ele teve fundamental importância porque começou a ser implantado em 2000, justo quando as reformas já citadas começaram a entrar em vigor, dando um retrato do antes e depois da educação.

Vale explicar do que se trata o Pisa.

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, tradução de Programme for International Student Assessment, é um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).  

Do ano de 2000 a 2006, a nota média de leitura dos estudantes poloneses na faixa dos 15 anos de idade subiu 29 pontos no Pisa.

Isso significa dizer que, em menos de dez anos, os estudantes saíram, simplesmente, de um desempenho abaixo da média do mundo desenvolvido, para uma nota considerada bem acima da média geral.

Na prova seguinte, 3 anos depois, já em 2009, os poloneses conseguiram superar outros países desenvolvidos e com investimentos muito maiores na área da educação, como os EUA.

Esse ótimo desempenho continuou melhorando, ainda de acordo com os dados do Pisa.

Na última realização do exame, os alunos poloneses mantiveram suas médias acima dos demais países da OCDE nos três temas a que foram avaliados: leitura, matemática e ciências.

Uma análise realizada pelo Banco Mundial mostrou que o aumento nas notas dos estudantes poloneses no Pisa foi maior e mais consistente do que qualquer outro país.

Polônia: uma potência na educação; destroçado na guerra e agora líder em educação

Estudantes polonesas sorriem em foto em escola da Polônia: país foi devastado pela guerra e se tornou, pouco tempo depois, uma potência na educação
Estudantes polonesas sorriem em foto em escola da Polônia: país foi devastado pela guerra e se tornou, pouco tempo depois, uma potência na educação

Segundo os analistas, impressiona muito um país que foi destroçado pela II Guerra Mundial e hoje exibe resultados bastante consistentes na área educativa.

A ideia do governo no país é sempre melhorar a educação, tanto a básica quanto a do ensino superior, sem, no entanto, priorizar um ou outro.

O sistema educacional também está muito focado na formação de professores, assim como todos os países no topo do Pisa.

Os levantamentos revelam que esse é o motivo que mais faz diferença, entre as causas que mais impactam na educação.

Em resumo, a avaliação é de o país foi bem-sucedido em mostrar que se pode avançar com cuidado e ter altas expectativas sobre si mesmo.

Quando os alunos passaram a corresponder aos investimentos que haviam sido feitos neles, e diretores das novas escolas começaram a contar com professores mais talentosos e engajados, os resultados positivos apareceram não só internamente, como, principalmente, para o mundo todo.

DocMundo

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